Um remédio chamado hipocrisia

João Batista era um tipo de profeta enfático e duro com as palavras. E tais palavras, obviamente, incomodavam e despertavam 3 tipos de reações. Indiferença, ódio e arrependimento. Curiosamente não há muitas referências aos indiferentes na narrativa dos evangelhos. Estes eram considerados simplesmente como “as ovelhas perdidas da casa de Israel”. Já os que odiavam os discursos do profeta, ah… estes possuem participação ativa na história; e possuem um lugar “bem quentinho” reservado na eternidade. Mas o grupo que mais se assemelha aos cristãos do presente século é o terceiro tipo. Pessoas arrependidas… que podem não ser necessariamente salvas.
A expressão utilizada por João para confrontar a tais pessoas era “raça de víboras”. Particularmente considero esta expressão muito mais dura do que o “idiota” que usei recentemente em alguns textos e, por isso, recebi trocentas mensagens de repúdio ao meu linguajar. Mas voltando ao assunto… parece que o texto bíblico não se importa com a dureza do profeta. Afinal, todo aquele povo não passava de um bando de cobras. Bicho bonitinho… e traiçoeiro.
O motivo pelo qual os arrependidos daquela época foram confrontados é bem simples. Faziam questão de batizar-se mediante a confissão de seus pecados. E, voltando à realidade de suas vidas egoístas e totalmente longe dos preceitos da justiça de Deus, necessitavam retornar ao rio Jordão para novamente serem batizados mediante a demonstração de arrependimento.
Como João Batista não era besta, ferozmente alertou àquelas pessoas que a única maneira de fugirem definitivamente da ira vindoura era PRODUZINDO FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO.
E eis a questão que continua a soar como condenação a toda uma geração.
Mudamos a figura do profeta pelo pastor do domingo. E semana após semana, o arrependido recebe a oração em um momento de grande contrição. Pena que, devido à ausência dos frutos de arrependimento, nem o infinito de orações de fim de culto serão capazes de transformar este pecador safado em um pecador genuinamente salvo.
E, obviamente, se temos que lidar com uma geração contaminada com tais preceitos, quem serãos os responsáveis senão nós mesmos que semeamos as devidas sementes equivocadas?
Somos os mestres em ouvir discursos maravilhosos, concedidos aos nossos ouvidos através das palavras de tantos homens em nossa geração. E como as coisas mudaram! Há dúzias de bons cristãos, gritando a verdade das mais diversas maneiras.
Mas preferimos continuar em nossa caminhada mesquinha e egoísta. Passando na drogaria mais próxima antes de cada momento de confronto; adquirindo e se entorpecendo com o remédio chamado hipocrisia. Pois só assim conseguiremos aplaudir aos homens de Deus; e em seguida voltarmos aos nossos próprios interesses.

Pregadores da minha geração… gritem!

Cristãos genuínos que aindao respiram… procurem uma maneira da verdade transformar-se em FRUTOS DIGNOS.

É nossa responsabilidade.

“Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” (Tiago 2:18)

Por Ariovaldo Jr.

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