É rir pra não Chorar...



"Cantar é também pensar”. Diferente do que rola por aí a fora. É claro que existem as exceções. Mas outro dia, o negócio foi muito cabuloso: O grupo de louvor começou a tocar e cantar: “incendeia Senhor a tua noiva, incendeia Senhor a tua Igreja...”. Em seguida cantaram a música “faz Chover”. Durante quase meia hora a mesma coisa: “faz chover, faz chover, faz chover...” Eu falei: - Agora vai sapecar tudo! Dito e feito. Adivinhem qual foi a próxima música? - “Eu não preciso ser reconhecido por ninguém”. A mesma que diz: “tua fumaça me esconde”. Não tinha como não relacionar com o efeito da chuva no fogo do incendeia.

Podia até ser cômico se o comportamento da turma não fosse também um reflexo do que a gente ouve e canta. E o pior é que tem muita gente assim. Gente nem queimada ou incendiada pelo “incendeia” e nem lavada pela chuva do “faz chover”, mas sapecada.

Não quero polemizar. Licença poética à parte, mas acredito que podemos ser mais coerentes acerca do que cantamos. Fico pensando nos "não crentes" que vão aos nossos cultos. Nós criamos um linguajar que só a gente entende. E às vezes nem a gente entende! A maioria já ouviu a união feminina cantar: “Quando cheguei aqui meu Senhor já estava, no meio da igreja ele passeava, quando eu cheguei aqui meu Senhor já estava..” Daí vem um irmão com aquele solo: “mas contempla esse varão que chegou agora abre a boca irmão e dê um glória...”. É confusão na certa! Eis a questão: - Já estava ou chegou agora?

Já aconteceu comigo também, numa dessas, rolando o “louvorzão”, eu lá na frente, nos primeiros assentos, e a banda tocando... Sei que mandavam a gente fazer um monte de coisa: Pé pra cá, pé pra lá, vem pra cá, vai pra lá, correm pra esquerda, correm pra direita, fala pra quem ta perto de você... E eu lá, todo tímido, quando ouvi, como que dito especificamente para mim: - Sai do chão, você é livre!!

Todo mundo vibrava e aplaudia. Eu não tenho problema com o agito (até gosto), mas só que nem sempre a igreja está sentindo o que o dirigente de música está sentindo naquele momento. Que fique claro a todos: Não vamos transformar ninguém, nem por força, nem por chavões e nem por "ginástica aeróbica gospel", mas é do Espírito de Deus, em nosso meio, este papel.

Foi muito bom ouvir naquele dia que eu sou livre, mas pergunto: - Por acaso somos livres, porque cantamos o que todo mundo está cantando? Somos livres porque fazemos os movimentos e gestos propostos pelos ministros de louvor? É possivel adorar a Deus em nossas igrejas, cantando, louvando, sem ter que de forçar um clima ? Sem ginástica gospel ? Sem caras e bocas? Ou está difícil?


Em Eliseu de Lima, divulgado no Genizah 

3 comments:

Eva vc me paga said...

Hahahahahahahaha! Esse texto, além de engraçado, é bom d+!
As pessoas esquecem do Espírito Santo, e querem agir no lugar dele.
Aí vira palhaçada mesmo, ahahaha!

Beijinhos
Rachel

Eliseu said...

Olá pessoal, paz e bem para todos! obrigado por postar este texto. Estamos na mesma Barca!!

Bia said...

Adorei o texto, concordo com ele.
Muitas vezes cantamos sem pensar, estamos no automático. Quero letras simples, verdadeiras, que os visitantes também entendam.
Canto no louvor e sempre me incomodo com isso! Espero que um dia tudo mude haha